PORQUE O CÉU É AZUL?
A resposta está em como os raios solares interagem com a atmosfera.
Quando a luz passa através de um prisma, o espectro é quebrado num arco-íris de cores. Nossa atmosfera faz o mesmo papel, atuando como uma espécie de prisma onde os raios solares colidem com as moléculas e são responsáveis pelo dispersão do azul.
Quando olhamos a cor de algo, é porque este "algo" refletiu ou dispersou a luz de uma determinada cor associada a um comprimento de onda. Uma folha verde utiliza todas as cores para fazer a fotossíntese, menos o verde, porque esta foi refletida. Devido ao seu pequeno tamanho e estrutura, as minúsculas moléculas da atmosfera difundem melhor as ondas com pequenos comprimentos de onda, tais como o azul e violeta. As moléculas estão espalhadas através de toda a atmosfera, de modo que a luz azul dispersada chega aos nossos olhos com facilidade.
Luz azul é dispersada dez vezes mais que luz vermelha.
A luz azul tem uma frequência ( ciclos de onda por segundo ) que é muito próximo da frequência de ressonância dos átomos, ao contrário da luz vermelha. Logo a luz azul movimenta os elétrons nas camadas atômicas da molécula com muito mais facilidade que a vermelha. Isso provoca um ligeiro atraso na luz azul que é re-emitida em todas as direções num processo chamado dispersão de Rayleigh ( Físico inglês do século 19 ). A luz vermelha, que não é dispersa e sim transmitida, continua em sua direção original, mas quando olhamos para o céu é a luz azul que vemos porque é a que foi mais dispersada pelas moléculas em todas as direções.
Luz violeta tem comprimento de onda menor que luz azul, portanto dispersa-se mais na atmosfera que o azul. Porque então não vemos o céu violeta ? Porque não há suficiente luz ultravioleta. O sol produz muito mais luz azul que violeta.
Quando o céu está com cerração, névoa ou poluição, há partículas de tamanho grande que dispersam igualmente todos os comprimentos de ondas, logo o céu tende ao branco pela mistura de cores. Isso é mais comum na linha do horizonte.
No vácuo do espaço extraterrestre, onde não há atmosfera, os raios do sol não são dispersos, logo eles percorrem uma linha reta do sol até o observador. Devido a isso os
astronautas vêem um céu negro.
Em Júpiter o céu também é azul porque ocorre o mesmo tipo de dispersão do azul na atmosfera do planeta como na Terra. Porém em Marte o céu é cor de rosa, ja que há excessiva partículas de poeira na atmosfera Marciana devido à presença de óxidos de ferro originários do solo. Se a atmosfera de Marte fosse limpa da poeira, ela seria azul, porém um azul mais escuro já que a atmosfera de Marte é muito mais rarefeita.
A resposta está em como os raios solares interagem com a atmosfera.
Quando a luz passa através de um prisma, o espectro é quebrado num arco-íris de cores. Nossa atmosfera faz o mesmo papel, atuando como uma espécie de prisma onde os raios solares colidem com as moléculas e são responsáveis pelo dispersão do azul.
Quando olhamos a cor de algo, é porque este "algo" refletiu ou dispersou a luz de uma determinada cor associada a um comprimento de onda. Uma folha verde utiliza todas as cores para fazer a fotossíntese, menos o verde, porque esta foi refletida. Devido ao seu pequeno tamanho e estrutura, as minúsculas moléculas da atmosfera difundem melhor as ondas com pequenos comprimentos de onda, tais como o azul e violeta. As moléculas estão espalhadas através de toda a atmosfera, de modo que a luz azul dispersada chega aos nossos olhos com facilidade.
Luz azul é dispersada dez vezes mais que luz vermelha.
A luz azul tem uma frequência ( ciclos de onda por segundo ) que é muito próximo da frequência de ressonância dos átomos, ao contrário da luz vermelha. Logo a luz azul movimenta os elétrons nas camadas atômicas da molécula com muito mais facilidade que a vermelha. Isso provoca um ligeiro atraso na luz azul que é re-emitida em todas as direções num processo chamado dispersão de Rayleigh ( Físico inglês do século 19 ). A luz vermelha, que não é dispersa e sim transmitida, continua em sua direção original, mas quando olhamos para o céu é a luz azul que vemos porque é a que foi mais dispersada pelas moléculas em todas as direções.
Luz violeta tem comprimento de onda menor que luz azul, portanto dispersa-se mais na atmosfera que o azul. Porque então não vemos o céu violeta ? Porque não há suficiente luz ultravioleta. O sol produz muito mais luz azul que violeta.
Quando o céu está com cerração, névoa ou poluição, há partículas de tamanho grande que dispersam igualmente todos os comprimentos de ondas, logo o céu tende ao branco pela mistura de cores. Isso é mais comum na linha do horizonte.
No vácuo do espaço extraterrestre, onde não há atmosfera, os raios do sol não são dispersos, logo eles percorrem uma linha reta do sol até o observador. Devido a isso os
astronautas vêem um céu negro.
Em Júpiter o céu também é azul porque ocorre o mesmo tipo de dispersão do azul na atmosfera do planeta como na Terra. Porém em Marte o céu é cor de rosa, ja que há excessiva partículas de poeira na atmosfera Marciana devido à presença de óxidos de ferro originários do solo. Se a atmosfera de Marte fosse limpa da poeira, ela seria azul, porém um azul mais escuro já que a atmosfera de Marte é muito mais rarefeita.
Por que a Lua fica amarelada de vez em quando?
O fenômeno é ocasionado pela dispersão da luz. Como a Lua não tem luz própria, ela reflete a luz do Sol, que é branca – resultado da soma de todas as cores. Quando atravessa a atmosfera do nosso planeta, a luz refletida pela Lua se dissipa pelo ar. Em contato com as moléculas dos gases que compõem o ar (oxigênio, nitrogênio e hidrogênio), algumas cores, como o violeta, o azul e o verde, podem se dispersar a ponto de se tornarem imperceptíveis. É o que acontece quando a Lua está mais próxima do horizonte – ao amanhecer ou anoitecer. "Nesses momentos, a luz penetra a parte da atmosfera mais próxima do chão e, para isso, tem de atravessar uma camada mais densa de ar. Nesse processo, perde boa parte de sua cores azul e verde. Sobram muito amarelo, laranja e vermelho. A mistura dessas cores é que dá o tom amarelado", diz Luiz Nunes de Oliveira, professor do Instituto de Física de São Carlos (USP). Quando está bem no alto do céu, a luz refletida pela Lua conserva a cor original, que é o branco. Isso porque o ar é mais rarefeito em altitudes elevadas, fazendo com que a perda das tonalidades luminosas verde, azul e violeta seja bem pequena.
O fenômeno é ocasionado pela dispersão da luz. Como a Lua não tem luz própria, ela reflete a luz do Sol, que é branca – resultado da soma de todas as cores. Quando atravessa a atmosfera do nosso planeta, a luz refletida pela Lua se dissipa pelo ar. Em contato com as moléculas dos gases que compõem o ar (oxigênio, nitrogênio e hidrogênio), algumas cores, como o violeta, o azul e o verde, podem se dispersar a ponto de se tornarem imperceptíveis. É o que acontece quando a Lua está mais próxima do horizonte – ao amanhecer ou anoitecer. "Nesses momentos, a luz penetra a parte da atmosfera mais próxima do chão e, para isso, tem de atravessar uma camada mais densa de ar. Nesse processo, perde boa parte de sua cores azul e verde. Sobram muito amarelo, laranja e vermelho. A mistura dessas cores é que dá o tom amarelado", diz Luiz Nunes de Oliveira, professor do Instituto de Física de São Carlos (USP). Quando está bem no alto do céu, a luz refletida pela Lua conserva a cor original, que é o branco. Isso porque o ar é mais rarefeito em altitudes elevadas, fazendo com que a perda das tonalidades luminosas verde, azul e violeta seja bem pequena.
Da bússola ao buraco negro
A bússola
Apareceu lá pelo século 2 a.C., na China. Mas ela ainda não era usada em navios. A bússola prestava serviços para o feng shui, "indicando" onde enterrar os mortos, por exemplo. Mais de 1 000 anos depois marinheiros começaram a usar o poder dos ímãs, que sempre apontam pro norte, para não se perderem no meio do oceano. Era a primeira aplicação realmente útil do...
Eletromagnetismo
Mas só começaram a entender melhor essa força bem depois, no século 19. Foi quando o físico Michael Faraday descobriu que os ímãs podiam gerar energia. Intrigado com suas experiências, o inglês lançou uma hipótese: a força magnética e as ondas de luz teriam a mesma natureza. Seriam como duas faces da mesma moeda. Isso inspirou outro físico, o escocês...
James Maxwell
E ele descobriu que, sim, os raios de luz são uma forma de eletromagnetismo. Mas não ficou nisso. Maxwell mostrou que os raios "fogem" quando são perseguidos. Eles sempre vão passar por você a 1,08 bilhão de km/h. Não importa se você está parado ou quase na mesma velocidade do raio. Isso desafiou a lógica. E encafifou o alemão...
Albert Einstein
Até que em 1905 ele concluiu que o tempo e o espaço "se ajustam" para que a velocidade da luz se comporte daquele jeito. Nascia a Relatividade. Em 1916 o alemão aplicou os fundamentos dessa idéia para mostrar que a gravidade é fruto de uma geometria invisível do espaço e do tempo. Essa visão abriu as portas para conceitos bizarros, como o dos...
Buracos negros
As equações da Relatividade já sugeriam que esses monstros capazes de tragar tudo para além do tempo e do espaço existem. E olha que tudo começou com uma bússola, como disse Einstein: "O fato de a agulha apontar sempre para o mesmo lugar me mostrou, aos 5 anos de idade, que deveria haver algo escondido por trás das coisas". Havia mesmo.
A bússola
Apareceu lá pelo século 2 a.C., na China. Mas ela ainda não era usada em navios. A bússola prestava serviços para o feng shui, "indicando" onde enterrar os mortos, por exemplo. Mais de 1 000 anos depois marinheiros começaram a usar o poder dos ímãs, que sempre apontam pro norte, para não se perderem no meio do oceano. Era a primeira aplicação realmente útil do...
Eletromagnetismo
Mas só começaram a entender melhor essa força bem depois, no século 19. Foi quando o físico Michael Faraday descobriu que os ímãs podiam gerar energia. Intrigado com suas experiências, o inglês lançou uma hipótese: a força magnética e as ondas de luz teriam a mesma natureza. Seriam como duas faces da mesma moeda. Isso inspirou outro físico, o escocês...
James Maxwell
E ele descobriu que, sim, os raios de luz são uma forma de eletromagnetismo. Mas não ficou nisso. Maxwell mostrou que os raios "fogem" quando são perseguidos. Eles sempre vão passar por você a 1,08 bilhão de km/h. Não importa se você está parado ou quase na mesma velocidade do raio. Isso desafiou a lógica. E encafifou o alemão...
Albert Einstein
Até que em 1905 ele concluiu que o tempo e o espaço "se ajustam" para que a velocidade da luz se comporte daquele jeito. Nascia a Relatividade. Em 1916 o alemão aplicou os fundamentos dessa idéia para mostrar que a gravidade é fruto de uma geometria invisível do espaço e do tempo. Essa visão abriu as portas para conceitos bizarros, como o dos...
Buracos negros
As equações da Relatividade já sugeriam que esses monstros capazes de tragar tudo para além do tempo e do espaço existem. E olha que tudo começou com uma bússola, como disse Einstein: "O fato de a agulha apontar sempre para o mesmo lugar me mostrou, aos 5 anos de idade, que deveria haver algo escondido por trás das coisas". Havia mesmo.
Para onde aponta a bússola no espaço?
O instrumento se orienta através do campo magnético, e o espaço está recheado desses campos, sendo impossível uma orientação pela bússola.
O ângulo do Sol revela sua latitude
Como determinar com observações astronômicas simples a latitude de uma cidade.
Nos dias próximos ao solstício de verão, 21 de dezembro, você pode determinar com observações astronômicas simples a latitude de sua cidade. Pegue uma vareta de 1 metro de comprimento e coloque-a em posição vertical sobre um terreno bem plano.
A vertical pode ser conferida com um prumo ou um simples fio com um chumbinho preso na ponta. A cada 5 minutos, faça um sinal na ponta da sombra projetada pela vareta.
Comece o trabalho por volta das 12h30 (horário de verão) e continue por uma hora. Meça, em centímetros, as distâncias do pé da vareta até as marcas feitas na ponta da sombra. Anote o menor comprimento e multiplique por 0,57.
O resultado será o ângulo que você está no Trópico de Capricórnio. Como esse paralelo fica a 23,5 graus ao sul do equador, some o ângulo que você achou a 23,5 se a sombra passou ao sul da vareta; diminua se a sombra passou ao norte.
Por exemplo, se você mediu 10 cm para o sul, estará a 292. graus do equador. Confira em seu Atlas para ver se você é um bom cartógrafo!
O instrumento se orienta através do campo magnético, e o espaço está recheado desses campos, sendo impossível uma orientação pela bússola.
O ângulo do Sol revela sua latitude
Como determinar com observações astronômicas simples a latitude de uma cidade.
Nos dias próximos ao solstício de verão, 21 de dezembro, você pode determinar com observações astronômicas simples a latitude de sua cidade. Pegue uma vareta de 1 metro de comprimento e coloque-a em posição vertical sobre um terreno bem plano.
A vertical pode ser conferida com um prumo ou um simples fio com um chumbinho preso na ponta. A cada 5 minutos, faça um sinal na ponta da sombra projetada pela vareta.
Comece o trabalho por volta das 12h30 (horário de verão) e continue por uma hora. Meça, em centímetros, as distâncias do pé da vareta até as marcas feitas na ponta da sombra. Anote o menor comprimento e multiplique por 0,57.
O resultado será o ângulo que você está no Trópico de Capricórnio. Como esse paralelo fica a 23,5 graus ao sul do equador, some o ângulo que você achou a 23,5 se a sombra passou ao sul da vareta; diminua se a sombra passou ao norte.
Por exemplo, se você mediu 10 cm para o sul, estará a 292. graus do equador. Confira em seu Atlas para ver se você é um bom cartógrafo!
O bombardeio dos asteróides
Um pequeno telescópio de 70 anos de idade e um CCD, instrumento que conta partículas de luz, revelaram que asteróides de pelo menos 10 metros de diâmetro passam muitas vezes mais perto da Terra do que se imaginava.
Um pequeno telescópio de 70 anos de idade e um CCD -instrumento que conta partículas de luz - revelou que asteróides de pelo menos 10 metros de diâmetro passam muito mais vezes perto da Terra do que se imaginava.
Segundo David Rabinowitz, da Universidade do Arizona, Estados Unidos, eles são precisamente 100 vezes mais numerosos: 50 deles tangenciam nosso planeta diariamente. Inúmeras colisões no cinturão de asteróides existentes entre Marte e Júpiter seriam a causa do bombardeio à Terra.
Uma vez a cada século, um asteróide de 30 a 100 metros de diâmetro cai no campo gravitacional da Terra e se desintegra a meros 10 quilômetros do solo - a última explosão do gênero teria ocorrido sobre a Sibéria, em 1908.
Os resultados da pesquisa, chamada de Spacewatch, só foram possíveis graças ao CCD - sem ele, objetos de menos de 300 metros de diâmetro não são detectados. Os próximos passos serão listar possíveis candidatos a uma colisão com a Terra e imaginar meios de evitá-la.
Um pequeno telescópio de 70 anos de idade e um CCD, instrumento que conta partículas de luz, revelaram que asteróides de pelo menos 10 metros de diâmetro passam muitas vezes mais perto da Terra do que se imaginava.
Um pequeno telescópio de 70 anos de idade e um CCD -instrumento que conta partículas de luz - revelou que asteróides de pelo menos 10 metros de diâmetro passam muito mais vezes perto da Terra do que se imaginava.
Segundo David Rabinowitz, da Universidade do Arizona, Estados Unidos, eles são precisamente 100 vezes mais numerosos: 50 deles tangenciam nosso planeta diariamente. Inúmeras colisões no cinturão de asteróides existentes entre Marte e Júpiter seriam a causa do bombardeio à Terra.
Uma vez a cada século, um asteróide de 30 a 100 metros de diâmetro cai no campo gravitacional da Terra e se desintegra a meros 10 quilômetros do solo - a última explosão do gênero teria ocorrido sobre a Sibéria, em 1908.
Os resultados da pesquisa, chamada de Spacewatch, só foram possíveis graças ao CCD - sem ele, objetos de menos de 300 metros de diâmetro não são detectados. Os próximos passos serão listar possíveis candidatos a uma colisão com a Terra e imaginar meios de evitá-la.
Viajar ao céu é mais simples do que parece:
Dicas com mapas para reconhecer as estrelas mais brilhantes durante as noites de dezembro a fevereiro.
Povoadas de brilhantes estrelas na época das férias, as noites quentes de dezembro a fevereiro representam um manancial de maravilhas que podem ser descobertas mesmo por leitores totalmente leigos no assunto. A melhor maneira de explorar o céu é em grupo, crianças e adultos seguindo juntos um conjunto de regras muito simples, mas precisas.
Para usar todo o potencial de seus olhos, não olhe para ambientes iluminados durante o tempo em que estiver observando o céu. O olho leva cerca de meia hora para se ajustar às condições de escuridão total. Use, se necessário, uma lanterna pequena, cobrindo o facho com uma folha de papel fino. Arrume um lugar confortável e siga os mapas ao lado.
Eles são projetados para o início da noite do final de dezembro e todo o mês de janeiro. Cada um dos quatro mapas ao lado são ampliações de partes do céu e servem para reconhecer as estrelas mais brilhantes. Assim que você conseguir identificar uma estrela, explore sua vizinhança usando o mapa completo da página anterior.
A partir da ilustração ao lado, as Três Marias serão nossas guias na noite. Igualmente espaçadas e quase iguais em brilho, é muito fácil achá-las olhando para o leste, um pouco acima do horizonte. Não é à toa que muitos povos as conhecem. Para os portugueses, elas são os Três Reis Magos. Para os ingleses, três rainhas. Para os beduínos, três pérolas. Para os esquimós, três pescadores perdidos no mar. Para os gregos, a flecha com que a deusa protetora Diana matou Orion, o caçador.
Mintaka, Alnilam e Alnitak são os nomes oficiais das estrelas do trio. Mintaka está quase exatamente sobre o equador celeste: sua posição no horizonte, ao nascer, demarca o ponto cardeal Leste; o ponto em que se põe assinala o Oeste.
Ao contrário de muitos outros grupos de estrelas, as Três Marias estão realmente próximas entre si; da Terra, distam cerca de 1 300 anos-luz (1 ano-luz são 9,5 trilhões de quilômetros). Ao lado de Alnitak, com o céu muito escuro e transparente, se vê com luneta a famosa nebulosa da Cabeça do Cavalo.
Orion - constelação à qual pertencem as Três Marias - domina o céu de verão. Duas estrelas bem brilhantes de Orion ladeiam o trio à mesma distância: à esquerda, Betelgeuse, e à direita, Rigel. A distância delas até as Três Marias é igual à de um punho fechado, projetado contra o céu, mantendo o braço esticado. Betelgeuse é uma supergigante vermelha, em estado avançado de evolução.
Está a 640 anos-luz e é tão grande que, se estivesse no lugar do Sol, engoliria todos os planetas até Marte. Rigel é uma supergigante azul, muito jovem e quente, a 800 anos-luz. À direita das Três Marias, em diagonal, se pode ver uma fileirinha de estrelas, formando a espada de Orion. Não muito longe daí se acha Sirius, a estrela de maior brilho aparente de todo o céu.
Ela fica praticamente sobre a linha imaginária que liga as Três Marias, como Aldebaran. Ambas distam do trio cerca de um palmo (projetado contra o céu, com o braço esticado). Sirius está a 8,8 anos-luz e é uma das estrelas mais próximas do Sol.
Em torno dela, os antigos imaginaram uma figura a que deram o nome de Cão Maior. Nesse cenário de caça, Orion persegue o Touro, que pode ser achado através de Aldebaran. Esta fica em posição simétrica a Sirius, em relação às Três Marias - na direção noroeste, à esquerda e acima daquele trio.
Segundo a mitologia, Aldebaran representa o olho do Touro branco em que Zeus teria se transformado para raptar Europa, a princesa dos fenícios.
A partir daqui, saltando de constelação, o leitor está preparado para explorar uma parcela considerável do céu. Na página seguinte, as linhas coloridas nos mapas mostram as distâncias que se devem saltar, e em que direção, para encontrar marcos fundamentais entre os astros.
No mapa 1, ainda na região de Orion, chega-se às estrelas Canopus e Capella. No mapa 2, salta-se para a região de Achernar e Fomalhaut. No mapa 3, afinal, encontra-se o mais distante objeto visível a olho nu, a galáxia de Andrômeda, a 2,2 milhões de anos-luz. Antes disso, vale a pena explorar um pouco mais a vizinhança de Aldebaran.
Ao seu lado, em forma de "V", está, por exemplo, o aglomerado aberto das Hyades, que contém 100 estrelas espalhadas em uma região de 16 anos-luz de extensão.
As Hyades estão a 137 anos-luz de nós. Esta distância é a pedra fundamental sobre a qual se assentam todas as outras distâncias cósmicas: grandes erros na distância das galáxias se devem a pequenos erros na determinação da distância das Hyades. Esse aglomerado é bem jovem para os padrões cósmicos: 600 milhões de anos.
As Plêiades, um grupinho de estrelas acima e à esquerda das Hyades, são parte de um aglomerado aberto ainda mais jovem: 50 milhões de anos. Estão três vezes mais distantes que as Hyades, ocupam um espaço um pouco menor que o delas (num diâmetro de 13 anos-luz) e somam 120 estrelas.
No Brasil, elas são conhecidas por vários nomes, como Chave de São Pedro ou Setestrelo. Na mitologia, eram as sete irmãs do gigante Atlas que sustentava as colunas do mundo. Um jogo divertido consiste em pedir a várias pessoas que digam quantas estrelas conseguem ver. Os números dão idéia da acuidade visual das pessoas, favorecendo os mais jovens.
Procyon, bem próxima do Sol, a apenas 114 anos-luz, pode ser achada a partir de Sirius e Betelgeuse (fica a igual distância das duas, mais para leste). E abre caminho para se achar Gêmeos, se já estiver acima do horizonte.
Usando Andrômeda pane» a mesma distância que une Procyon a Sirius ou Betelgeuse, olhando para a esquerda, vê-se um grupinho de três estrelas. A mais brilhante e vermelha, na verdade, é Marte, que por volta da metade de dezembro estará alinhado com as duas estrelas principais de Gêmeos: Pollux (a 36 anos-luz) e Castor (46 anos-luz).
Na mitologia, os Gêmeos eram irmãos da célebre Helena de Tróia. Vamos expandir mais ainda nossos horizontes para norte e para sul (veja o primeiro mapa na página anterior). A distâncias iguais de Procyon, logo acima do horizonte, surgem duas estrelas bem brilhantes.
Capella, a mais brilhante da constelação do Cocheiro, fica ao norte a 46 anos-luz, e Canopus, a estrela mais brilhante de Carina, fica ao sul, a 200 anos-luz. De frente para Procyon, pode-se enxergar as duas sem precisar mover a cabeça. Canopus é uma amostra de gigante amarela.
Para explorar o mapa do meio na página anterior, fique de frente para o sul, olhe para leste e relembre a posição de Sirius e Canopus. À direita de Canopus, a uma distância quase igual à de Sirius-Canopus, um pouco mais alta no céu, há uma estrela relativamente brilhante e isolada. É Achernar, de cor azul e a 127 anos-luz.
A uma distância também igual à de Canopus-Acherhar, mas na direção do oeste, está Fomalhaut, de brilho menor. Girando a cabeça para o oeste, se vê Saturno e, se não for muito tarde, o brilhante planeta Vênus.
Ao Sul, entre Canopus e Achernar, um pouco mais baixas no horizonte, estão duas manchas luminosas: as Nuvens de Magalhães, chamadas no interior do Brasil de Covas de Adão e Eva. São os dois corpos fora de nossa galáxia mais fáceis de ver a olho nu. Elas próprias são galáxias pequenas, satélites da nossa.
A Grande Nuvem de Magalhães está a 170 mil anos-luz. A mancha que você está vendo tem 23 mil anos-luz de tamanho e contém 10 bilhões de sóis. Note que a luz que agora chega a seus olhos começou a viagem das Nuvens de Magalhães na época em que o ser mais evoluído da Terra era o homem de Neandertal.
Ao lado da pequena Nuvem de Magalhães você poderá ver, mesmo a olho nu, o aglomerado globular 47 Tucanae, um grupo de estrelas muito velhas: 10 bilhões de anos. Ele contém cerca de 100 mil estrelas e está a 17 mil anos-luz. Pertence, portanto, à Via Láctea. Afinal, gire sua cadeira 90 graus para a direita para chegar ao último mapa. A partir de Saturno, indo para o alto do céu, estão várias constelações que representam coisas ligadas à água: Aquário, Peixes, a Baleia, o Rio Erídano e Áries, a cabra marinha.
Procure um grande quadrado formado por quatro estrelas não muito brilhantes, logo acima do horizonte. É a constelação do Pégaso, conhecida desde 500 a. C. Um pouco mais abaixo do Pégaso, à direita, está a constelação de Andrômeda. Localize a estrela Mirach.
Um pouco abaixo e à esquerda dessa estrela, está a famosa galáxia de Andrômeda. Se o céu estiver limpo e escuro, vale a pena gastar tempo para achar essa manchinha esbranquiçada onde se agrupam 300 bilhões de estrelas.
Afinal, ela deu aos astrônomos uma idéia da própria galáxia em que o homem nasceu - que, por viver em seu interior, não pode ter uma idéia direta da maravilha que ela representa por inteiro.
Dicas com mapas para reconhecer as estrelas mais brilhantes durante as noites de dezembro a fevereiro.
Povoadas de brilhantes estrelas na época das férias, as noites quentes de dezembro a fevereiro representam um manancial de maravilhas que podem ser descobertas mesmo por leitores totalmente leigos no assunto. A melhor maneira de explorar o céu é em grupo, crianças e adultos seguindo juntos um conjunto de regras muito simples, mas precisas.
Para usar todo o potencial de seus olhos, não olhe para ambientes iluminados durante o tempo em que estiver observando o céu. O olho leva cerca de meia hora para se ajustar às condições de escuridão total. Use, se necessário, uma lanterna pequena, cobrindo o facho com uma folha de papel fino. Arrume um lugar confortável e siga os mapas ao lado.
Eles são projetados para o início da noite do final de dezembro e todo o mês de janeiro. Cada um dos quatro mapas ao lado são ampliações de partes do céu e servem para reconhecer as estrelas mais brilhantes. Assim que você conseguir identificar uma estrela, explore sua vizinhança usando o mapa completo da página anterior.
A partir da ilustração ao lado, as Três Marias serão nossas guias na noite. Igualmente espaçadas e quase iguais em brilho, é muito fácil achá-las olhando para o leste, um pouco acima do horizonte. Não é à toa que muitos povos as conhecem. Para os portugueses, elas são os Três Reis Magos. Para os ingleses, três rainhas. Para os beduínos, três pérolas. Para os esquimós, três pescadores perdidos no mar. Para os gregos, a flecha com que a deusa protetora Diana matou Orion, o caçador.
Mintaka, Alnilam e Alnitak são os nomes oficiais das estrelas do trio. Mintaka está quase exatamente sobre o equador celeste: sua posição no horizonte, ao nascer, demarca o ponto cardeal Leste; o ponto em que se põe assinala o Oeste.
Ao contrário de muitos outros grupos de estrelas, as Três Marias estão realmente próximas entre si; da Terra, distam cerca de 1 300 anos-luz (1 ano-luz são 9,5 trilhões de quilômetros). Ao lado de Alnitak, com o céu muito escuro e transparente, se vê com luneta a famosa nebulosa da Cabeça do Cavalo.
Orion - constelação à qual pertencem as Três Marias - domina o céu de verão. Duas estrelas bem brilhantes de Orion ladeiam o trio à mesma distância: à esquerda, Betelgeuse, e à direita, Rigel. A distância delas até as Três Marias é igual à de um punho fechado, projetado contra o céu, mantendo o braço esticado. Betelgeuse é uma supergigante vermelha, em estado avançado de evolução.
Está a 640 anos-luz e é tão grande que, se estivesse no lugar do Sol, engoliria todos os planetas até Marte. Rigel é uma supergigante azul, muito jovem e quente, a 800 anos-luz. À direita das Três Marias, em diagonal, se pode ver uma fileirinha de estrelas, formando a espada de Orion. Não muito longe daí se acha Sirius, a estrela de maior brilho aparente de todo o céu.
Ela fica praticamente sobre a linha imaginária que liga as Três Marias, como Aldebaran. Ambas distam do trio cerca de um palmo (projetado contra o céu, com o braço esticado). Sirius está a 8,8 anos-luz e é uma das estrelas mais próximas do Sol.
Em torno dela, os antigos imaginaram uma figura a que deram o nome de Cão Maior. Nesse cenário de caça, Orion persegue o Touro, que pode ser achado através de Aldebaran. Esta fica em posição simétrica a Sirius, em relação às Três Marias - na direção noroeste, à esquerda e acima daquele trio.
Segundo a mitologia, Aldebaran representa o olho do Touro branco em que Zeus teria se transformado para raptar Europa, a princesa dos fenícios.
A partir daqui, saltando de constelação, o leitor está preparado para explorar uma parcela considerável do céu. Na página seguinte, as linhas coloridas nos mapas mostram as distâncias que se devem saltar, e em que direção, para encontrar marcos fundamentais entre os astros.
No mapa 1, ainda na região de Orion, chega-se às estrelas Canopus e Capella. No mapa 2, salta-se para a região de Achernar e Fomalhaut. No mapa 3, afinal, encontra-se o mais distante objeto visível a olho nu, a galáxia de Andrômeda, a 2,2 milhões de anos-luz. Antes disso, vale a pena explorar um pouco mais a vizinhança de Aldebaran.
Ao seu lado, em forma de "V", está, por exemplo, o aglomerado aberto das Hyades, que contém 100 estrelas espalhadas em uma região de 16 anos-luz de extensão.
As Hyades estão a 137 anos-luz de nós. Esta distância é a pedra fundamental sobre a qual se assentam todas as outras distâncias cósmicas: grandes erros na distância das galáxias se devem a pequenos erros na determinação da distância das Hyades. Esse aglomerado é bem jovem para os padrões cósmicos: 600 milhões de anos.
As Plêiades, um grupinho de estrelas acima e à esquerda das Hyades, são parte de um aglomerado aberto ainda mais jovem: 50 milhões de anos. Estão três vezes mais distantes que as Hyades, ocupam um espaço um pouco menor que o delas (num diâmetro de 13 anos-luz) e somam 120 estrelas.
No Brasil, elas são conhecidas por vários nomes, como Chave de São Pedro ou Setestrelo. Na mitologia, eram as sete irmãs do gigante Atlas que sustentava as colunas do mundo. Um jogo divertido consiste em pedir a várias pessoas que digam quantas estrelas conseguem ver. Os números dão idéia da acuidade visual das pessoas, favorecendo os mais jovens.
Procyon, bem próxima do Sol, a apenas 114 anos-luz, pode ser achada a partir de Sirius e Betelgeuse (fica a igual distância das duas, mais para leste). E abre caminho para se achar Gêmeos, se já estiver acima do horizonte.
Usando Andrômeda pane» a mesma distância que une Procyon a Sirius ou Betelgeuse, olhando para a esquerda, vê-se um grupinho de três estrelas. A mais brilhante e vermelha, na verdade, é Marte, que por volta da metade de dezembro estará alinhado com as duas estrelas principais de Gêmeos: Pollux (a 36 anos-luz) e Castor (46 anos-luz).
Na mitologia, os Gêmeos eram irmãos da célebre Helena de Tróia. Vamos expandir mais ainda nossos horizontes para norte e para sul (veja o primeiro mapa na página anterior). A distâncias iguais de Procyon, logo acima do horizonte, surgem duas estrelas bem brilhantes.
Capella, a mais brilhante da constelação do Cocheiro, fica ao norte a 46 anos-luz, e Canopus, a estrela mais brilhante de Carina, fica ao sul, a 200 anos-luz. De frente para Procyon, pode-se enxergar as duas sem precisar mover a cabeça. Canopus é uma amostra de gigante amarela.
Para explorar o mapa do meio na página anterior, fique de frente para o sul, olhe para leste e relembre a posição de Sirius e Canopus. À direita de Canopus, a uma distância quase igual à de Sirius-Canopus, um pouco mais alta no céu, há uma estrela relativamente brilhante e isolada. É Achernar, de cor azul e a 127 anos-luz.
A uma distância também igual à de Canopus-Acherhar, mas na direção do oeste, está Fomalhaut, de brilho menor. Girando a cabeça para o oeste, se vê Saturno e, se não for muito tarde, o brilhante planeta Vênus.
Ao Sul, entre Canopus e Achernar, um pouco mais baixas no horizonte, estão duas manchas luminosas: as Nuvens de Magalhães, chamadas no interior do Brasil de Covas de Adão e Eva. São os dois corpos fora de nossa galáxia mais fáceis de ver a olho nu. Elas próprias são galáxias pequenas, satélites da nossa.
A Grande Nuvem de Magalhães está a 170 mil anos-luz. A mancha que você está vendo tem 23 mil anos-luz de tamanho e contém 10 bilhões de sóis. Note que a luz que agora chega a seus olhos começou a viagem das Nuvens de Magalhães na época em que o ser mais evoluído da Terra era o homem de Neandertal.
Ao lado da pequena Nuvem de Magalhães você poderá ver, mesmo a olho nu, o aglomerado globular 47 Tucanae, um grupo de estrelas muito velhas: 10 bilhões de anos. Ele contém cerca de 100 mil estrelas e está a 17 mil anos-luz. Pertence, portanto, à Via Láctea. Afinal, gire sua cadeira 90 graus para a direita para chegar ao último mapa. A partir de Saturno, indo para o alto do céu, estão várias constelações que representam coisas ligadas à água: Aquário, Peixes, a Baleia, o Rio Erídano e Áries, a cabra marinha.
Procure um grande quadrado formado por quatro estrelas não muito brilhantes, logo acima do horizonte. É a constelação do Pégaso, conhecida desde 500 a. C. Um pouco mais abaixo do Pégaso, à direita, está a constelação de Andrômeda. Localize a estrela Mirach.
Um pouco abaixo e à esquerda dessa estrela, está a famosa galáxia de Andrômeda. Se o céu estiver limpo e escuro, vale a pena gastar tempo para achar essa manchinha esbranquiçada onde se agrupam 300 bilhões de estrelas.
Afinal, ela deu aos astrônomos uma idéia da própria galáxia em que o homem nasceu - que, por viver em seu interior, não pode ter uma idéia direta da maravilha que ela representa por inteiro.
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