CURIOSIDADES


O mesmo efeito em dois mundos

Desde que as primeiras sondas espaciais passaram perto de Vênus na década de 60, sabe-se que o vizinho planeta sofreu em grau máximo um descontrolado efeito estufa, tornando-se um deserto seco, onde a temperatura alcança em média 400 graus centígrados, o suficiente para derreter chumbo. Descobrir como isso aconteceu em Vênus pode ensinar muito a uma Terra que começa a experimentar inequívocos sintomas do efeito estufa em sua própria atmosfera. Como no caso de Vênus, a Terra sofre um aumento de temperatura devido à presença de dióxido de carbono no ar. Durante milhões de anos, esse gás, gerado naturalmente pela respiração de plantas e animais, foi um fator de equilíbrio na manutenção do clima terrestre.


Atibaia acha balões em Vênus

Em junho de 1985, dois balões de 3 metros e meio de diâmetro lançados das sondas soviéticas Vega 1 e 2, transmitiram durante 48 horas para a Terra dados sobre a atmosfera de Vênus. Foi a primeira vez que uma experiência desse tipo foi tentada em outro planeta - um efeito duplamente comemorado no Rádio Observatório do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), em Atibaia, São Paulo. Para medir a posição e a velocidade dos balões a 109 milhões de quilômetros, a antena parabólica de 13,7 metros do radioobservatório participou ativamente da rede mundial formada para receber os sinais em vários pontos da Terra.

Na ocasião, foi utilizada a técnica de VLBI (Very Long Base Line Interferometry, ou Interferometria de Base Muito Longa), que permitiu a localização dos balões com margem de erro de apenas 10 quilômetros. Os dados do VLBI de vinte radioobservatórios, três deles no hemisfério sul, foram gravados em fita magnética e enviados ao Laboratório de Jatopropulsão da NASA em Pasadena para serem analisados em conjunto. A rede apenas identificou e localizou os balões em Vênus, enquanto os dados sobre o planeta foram captados pelos laboratórios soviéticos.

Segundo o físico Pierre Kaufmann, chefe do grupo que operou o radioobservatório de Atibaia, a participação brasileira foi cientificamente importante, pois representou um avanço considerável nas técnicas de localização de objetos no espaço. Os balões deslocaram-se por 12 mil quilômetros à velocidade de 250 quilômetros por hora, enfrentando durante esse tempo grandes períodos de turbulência. Depois de lançar os balões na atmosfera de Vênus, as sondas soviéticas Vega 1 e 2 aproximaram-se do cometa Halley e transmitiram uma série de dados sobre a composição do seu núcleo.


Base militar no solo da Lua

Armada com canhões de raio laser, a Lua daria um excelente posto avançado de combate a corpos em rota de colisão com a Terra. Imaginam-se ainda projéteis de antimatéria, além de bombas nucleares de 100 megatons, alocados em foguetes em órbita. A idéia teria vindo de setores militares americanos em busca de um inimigo alternativo eles admitem que a ex-União Soviética não justifica o mesmo nível de gastos militares de antes. Mas as armas continuariam úteis no céu. O astrônomo Brian Marsden, informa a revista inglesa New Scientist, chegou a ouvir tal proposta por telefone, e as idéias acima seriam parte de um relatório preparado em 1991 pela NASA, agência espacial americana, submetido ao Congresso em março de 1992. Tudo isso parece exagero inadmissível, especialmente porque as questões técnicas e políticas são complicadas. Em todo caso. afirma Newsweek, os astrônomos estão divididos. Afinal, eles estão convencidos de que um asteróide ou cometa pode colidir com a Terra. Mesmo corpos menores, como meteoritos, podem causar destruição limitada como em estradas ou bairros nada desprezível.